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Cinema Europeu


Por: Masiel García Fernández


Olhar sobre o cinema europeu a partir do século XX
Na Europa, o desenvolvimento do cinema foi dificultado pela Primeira Guerra Mundial. O cinema tornou-se o máximo expoente do realismo. Sua expansão, juntamente com a fotografia, ajudou as outras artes, forçando-as a repensar a sua existência a buscar novas formas de expressão. Como resultado, o início do século XX tornou-se um tempo de experimentação artística, e foi na Europa, onde o filme começou a alcançar o status artístico.Desta forma, surgiu durante o século XX um movimento cinematográfico muito importante: as vanguardas.

A Escola Impressionista (Primeira Vanguarda).

Como consequência da Primeira Guerra Mundial, a França perdeu sua hegemonia no mundo do cinema. O monopólio formado pelos produtores Phaté e Gaumont não resistiu à crise. Contudo, durante a década de dos anos 20, uma nova onda de renovação cinematográfica invadiu o cinema francês da mão de um grupo de intelectuais, liderada principalmente pelo novelista Louis Delluc e o teórico Ricciotto Canudo. Este teórico, o primeiro do cinema, realizou um manifesto em que denominou-o como “sétima arte".Canudo defendeu a ideia do cinema com epicentro y culminação de todas as artes: arquitetura, pintura, escultura, música, poesia e dança. Esta nova corrente vanguardista foi qualificada por Delluc como Impressionista, que foge dos produtos comerciais estadunidenses. A escola impressionista concedeu-lhe um caráter intelectual ao mundo do cinema e se apoiou no aspecto estético como meio de expressão. O que mais interessava aos impressionistas era experimentar com a forma, criar uma nova linguagem através da imagem. Os autores mais destacados neste período são sem dúvidas: Louis Delluc, Marcel L'Herbier, Abel Gance e Jean Epstein, todos de origem francesa.
Louis Delluc, ensaísta, crítico, roteirista e diretor, fundou o primeiro Cine-club da história em 1920. Considerava que os elementos criadores da arte cinematográfica eram o cenário, a iluminação, o ritmo e a máscara ou ator. Dos sete filmes realizados por ele, em sua maioria perdidos, dois revelam seu talento criador fora do comum: Febre (1921) e y La Femme de nulle part (1922). Esta última se destaca por ser uma das primeiras tentativas de cinema psicológico.
Marcel L'Herbier é um dos expoentes do impressionismo cinematográfico, procurando o puramente visual mais do que o desenvolvimento da narrativa. Filmou na Espanha El Dorado(1921).

Abel Gance é o autor mais reconhecido do cinema impressionista francês. Seu trabalho mais ambicioso foi sem dúvidas Napoleão (1927), no qual experimentou com diversas técnicas e empregou o tríptico para exibir horizontalmente suas cenas mais grandiosas.
Jean Epstein foi o autor mais maduro da escola impressionista. Trabalhou o ritmo cinematográfico e cultivou o cinema psicológico. Seu filme Coração Fiel (1923), causou sensação na época, não apenas pela história, mas pelo seu estilo e o uso de cenários de feira. Enquanto Hollywood utilizava um mundo luxuoso e sofisticado, alguns vanguardistas franceses demonstraram carinho pelo popular: a taberna, o subúrbio, o porto e outros lugares populares, embora com um olhar deformado e subjetivo da realidade social.

A Segunda Vanguarda
 Período entre 1921 e 1925. Este tipo de cinema trata-se de música visual, sem intérpretes e sem narrar uma história, já que os autores destas obras procuravam o que para eles era cinema puro. Destacaram-se nesta etapa os alemães Vicking Eggeling, Walter Ruttman, Hans Ritches e os franceses F. Leger e Man Ray. 
Seu cinema consiste em pequenas peças animadas com alguns elementos geométricos movimentando-se na tela através de distintos planos. Estes filmes são considerados como os antecessores do vídeo-clip. Man Ray, autor estadunidense radicado na França, foi um dos mais importantes desta vanguarda, suas obras principais: Le Retour a la Raison (1923) e L'Étoile de Mer (1929).

O Surrealismo Cinematográfico
O surrealismo foi um movimento artístico que também influenciou o cinema. Este moviemnto luta entre a razão e os instintos primitivos. A escritora Germanie Dulac foi a encarregada de inaugurar o surrealismo cinematográfico com La coquille et le clergyman (1927), a qual criou uma ampla polêmica.
Luis Buñuel foi um grande autor surrealista espanhol, que não tardou em se transformar num dos ícones da história do cinema. Sua infância manteve a influência do ambiente rural nos seus filmes. Conviveu em Madri com autores da chamada Geração de 27 como Federico Garcia Lorca, Rafael Alberti, Ramón de la Serna e Salvador Dalí. Suas obras mais importantes são Un chien andalou (1928), na qual colaborou com Dalí,  e L'Âge d'Or (1930) que exalta uma história de amor de forma surrealista e denuncia todos os mecanismos sociais e psicológicos que impedem a sociedade.


Paris e Berlim foram as capitais do vanguardismo cinematográfico mundial.



O Expressionismo Alemão                                                                                                 
      Enquanto os exércitos alemães lutavam nos campos de batalha da Europa, os cinemas alemães projetavam as produções do inimigo (EUA, Grã Bretanha e França). Em 1916 o governo alemão decidiu resolver isto criando uma grande empresa: UFA. A partir desse momento, o país passou a ser uma das principais indústrias do cinema europeu, antes da chegada da Segunda Guerra Mundial.
       A eclosão artística do cinema alemão veio com a chegada da escola expressionista. Mais do que uma escola, o expressionismo é uma atitude estética que pretende mostrar uma realidade deformada, distorcida, alterada. Mostra o universo interno das coisas, personagens e situações. Predominam o determinismo e o fatalismo, em que os personagens estão condenados em suas ações e no caminho para a morte. Entre os filmes precursores do expressionismo podemos citar: Estudante de Praga (1913), de Paul Wegener e  O Golem (1914), do mesmo autor.
    Murnau foi um diretor que não se definiu em nenhum movimento, mas que tinha sua personalidade própria no âmbito cinematográfico. Considerado o mais prestigioso criador do cinema alemão, suas obras principais são: Nosferatu (1922), adaptação livre da novela Drácula de Bram Stocker, O Último (1925), Tartufo (1925) e Fausto (1926).

 


O expressionismo teve seu fim na década de 30, mas sua influência no cinema é inquestionável, fundamentalmente nos gêneros de terror e ficção cientifica.

A Nova Objetividade Russa e as Vanguardas Soviéticas.
O colosso do cinema soviético foi sem dúvidas Sergei Eisenstein. Toda sua obra caracterizou-se por um compromisso entre o mais cru realismo documental e o simbolismo e expressionismo barroco. O sucesso de O Encouraçado Potemkin o tornou o primeiro cineasta soviético. A chegada do som lhe pareceu empobrecedor a Eisenstein, pois a câmeras eram mais pesadas e a mobilidade era limitada.
No século XXI, a Europa continua desenvolvendo um cinema de tipo culto, fazendo grandes aportes, especialmente França, Alemanha e Espanha. Sem dúvidas, A pele que Habito (2011) de Pedro Almodóvar, já pode-se considerar um clássico do cinema. Também vem se destacando o cinema de tipo independente, como a coprodução entre Alemanha e Áustria, Die Fetten Jahre sind vorbei (2004) de Hans Weingartner, indicado à Palma de Ouro como melhor filme de 2004 no Festival de Cinema de Cannes, e os filmes do diretor e escritor francês Christophe Honoré.

 











Die Fetten Jahre sin vorbei



Foi na Europa que surgiu a ideia de cinema como arte e não só como um produto, como um espetáculo que produz lucros, como era e ainda é tratado nos EUA. Esse comprometimento com a arte como tal ainda prevalece nos filmes europeus. Por isso é muito importante que as pessoas se interessem por este tipo de cinema e por uma arte de qualidade.


Referências:

http://cinemaeuropeu.blogspot.com.br/, acessado em 26 /03 /2013 às 15:34 hrs.
http://www.nostalgiabr.com/historia/europeu.htm, acessado em 26/03 /2013 às 16:20 hrs.
http://pt.scribd.com/doc/17704209/Cinema-Surrealista,acessado em 26/03/2013 às 17:40 hrs.
http://www.pedroalmodovar.es/PAB_ES_13_T.asp, acessado em 27/03/2013 às 14:50 hrs.

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1 comentários:

  1. Masiel, adorei seu texto. Trouxe todas as informações de forma clara e objetiva. Sugiro:
    1º. Reveja alguns espaçamentos;
    2º. reescreva: NA EUROPA,// AJUDOU AS OUTRAS ARTES// E A BUSCAR NOVAS// DESTA FORMA, SURGIU DURANTE O SÉCULO XX UM MOVIMENTO//COMO CONSEQUÊNCIA DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL,// NÃO RESISTIU À CRISE.// EM QUE DENOMINOU-O COMO "SÉTIMA ARTE'// PERÍODP ENTRE 1921 E 1925.// EM 1916,// NO SÉCULO XX,;
    3º. Coloque o último parágrafo no jornal de divulgação.
    Beijinhos, Eliana.

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